Por Rafael Barbosa dos Santos
Uma novela é feita de vários personagens, e dos conflitos nos quais eles vivem. Cada um tem seu papel, uma função importante que contribui para o desenvolvimento da trama. São muitos os arquétipos existentes nas novelas e entre eles está aquele que serve apenas de orelha. Vamos á definição do arquétipo orelha: Personagem que sempre escuta o outro, uma forma que o autor tem de revelar sentimentos de um personagem principal e passar informações de sua trama para o público. No caso de Avenida Brasil, a personagem que mais cabe nesta função é Débora (Natália Dill).
Natália Dill é uma atriz que aprendi á admirar já em malhação, em que fez uma vilã interessante em uma temporada bem sucedida. Depois a atriz emendou duas mocinhas de sucesso em Paraíso e Escrito nas estrelas e foi destaque em Cordel encantado. Quando soube que ela iria estrelar uma novela das nove, fiquei entusiasmado e feliz por ela, pois ela já estava merecendo ir para o horário nobre á muito tempo. A princípio pelo que lia, achei que ela seria uma patricinha, grande parceira da vilã (Carminha), e grande rival da mocinha (Nina) pelo menos no que diz respeito ao romance da novela, mas isso não aconteceu.
Desde o inicio a única função de Débora na historia é ouvir os problemas de Jorginho, as reclamações da mãe sobre o pai, apelos de Nina, propostas e ameaças de Carminha, enfim ela só serve mesmo para escutar. Débora sempre corre para o Jorginho, basta ele estalar os dedos que ela vai correndo, e ele só a procura para desabafar. Depois da separação dos pais, ela também passou á servir de orelha para mãe. Quando Jorginho não precisa dela, e está com Nina, Débora simplesmente fica deslocada, e fica fazendo figuração de luxo no núcleo Cadinho, claro servindo de orelha.
Agora parece que a historia dela tem tido mais atenção, já que a personagem finalmente está se envolvendo com outro, no caso Iran, mas mesmo assim não boto fé neste casal, pois tenho a sensação que JEC não sabia o que fazer com Débora e decidiu juntá-la com Iran.
Para mim tudo isso é uma pena, pois Natalia Dill é uma atriz muito talentosa, e nas poucas oportunidades que teve mandou super bem, destaco á cena em que ela encara mãe Lucinda ao terminar o namoro com Jorginho, ou quando encarou Carminha. Fiquei com dó dela nesta semana, pois mais uma vez Jorginho lhe dispensou, e a carinha que ela faz (rs), não tem como não sentir pena.
Na minha opinião Natália, não está sendo aproveitada como deveria, ela não deu sorte, pegou um personagem sem conteúdo, sem historia, pequeno para seu imenso talento. Se fosse pra servir só de orelha, poderia ter sido escalada uma atriz novata, recém saída de malhação.
Eu torcia muito para que Débora se aliasse á Carminha, e lutasse pelo amor de Jorginho, ajudando á vilã á acabar com Nina, pelo menos assim, teria um papel mais importante na historia. Mas agora já é meio tarde para isso, ficaria incoerente se Débora que sempre foi doce, mudasse de repente, se bem que JEC pode tudo né!
Quanto ao futuro da personagem, só JEC sabe dizer, espero que tenha um final feliz, e que se encontre nos próximos capítulos. Parece que ela está com cópias das fotos de Carminha (confere?). Bem se estiver terá participação importante na trama central. Finalizo, dizendo que não estou criticando JEC e nem Avenida Brasil que para mim beira á perfeição, só acho que Débora está sendo interpretada pela á atriz errada, ou seja Natália é bem maior que seu papel.