Por Rafael Barbosa dos Santos
Olá caros leitores, estou de volta. E o assunto de hoje são os remakes, que são as produções de obras já produzidas uma vez, é uma releitura que apresenta ajustes e mudanças, ou seja, o remake não segue fielmente a obra original, apresenta características novas, o diferenciando e fazendo com a obra original e remake apesar de estarem apresentando uma mesma historia, sejam duas produções distintas. E a meu ver, esse é o segredo do sucesso de um remake, pois apesar de o publico gostar da historia, ele não quer vê-la de novo e sim revê-la de um ponto de vista diferente, se surpreender novamente, aguardar ansioso pelos próximos capítulos, esperar o final da historia, como se esta fosse uma historia nova e única e isso é o interessante do remake, a possibilidade de contar uma mesma historia de formas diferentes. As comparações entre original e remake são inevitáveis, quem assistiu a uma, com certeza vai ver a outra pensando na primeira, ele vai notar as diferenças e também as semelhanças, e como o publico não é bobo, ele sabe quando o remake é uma copia (quando isso acontece, quase sempre é uma copia mal feita) e quando o remake realmente é uma trama passada a limpo.
Acredito que o autor que se propõe a escrever um remake seja de qualquer historia, precisa apenas conhecer o enredo, os personagens e as tramas que ele pretende contar, ou seja, a essência da obra original, e se abster de cenas, textos, diálogos, seqüências, atores e etc. O autor deve se preocupar em inserir aquela historia em um novo universo, e criar novas situações, dar aos personagens uma roupagem nova, inserir elementos novos que mudem a historia, e que de uma diferenciada. O autor deve estar atento a todo instante as comparações, e se preocupar em verificar se esta copiando uma novela, ou a refazendo e deve ter em mente que esta escrevendo uma historia nova, tem que esquecer que ela já foi contada uma vez e acreditar que a historia que escreve no presente é única. O autor também não deve ter medo de mudar os rumos de sua trama, de trocar nomes de personagens e de dar ao remake a sua cara, ou seja, não é o espírito da obra original que vai baixar em você e sim é você, com o seu jeito e com o seu estilo que vai escrevê-la. Portanto o autor de um remake tem o compromisso com a trama original, o compromisso de contá-la de novo e fazer valer o determinado sucesso que esta obra teve e esse comprometimento não vai alem disso. Tivemos um exemplo, na recente segunda versão de o Astro escrita por Alcides nogueira. No final da trama o protagonista Herculano Quintanilha vivido por Rodrigo Lombardi termina feliz e com um filho ao lado da amada Amanda vivida por Carolina Ferraz diferente da primeira versão, escrita pela magnífica, “mestra” Janete Clair, onde o Herculano interpretado por Francisco Cuoco prefere o poder ao ficar com Amanda, papel que coube a Dina Sfat. Veja a diferença, Alcides Nogueira não teve medo de mudar o final da historia. E é isso que deve ser o remake apesar de uma releitura, deve ser uma obra totalmente nova, afinal se é pra ser a mesma de novo, que a novela se repita no vale a pena ver de novo.
Antigamente, quando eu era menor não via com bons olhos os remakes, porque achava que o legal seria ver historias novas, jamais contadas, jamais vistas, porém com o tempo fui aceitando melhor e hoje gosto muito de ver, acredito que os bem sucedidos remakes de Tititi e O astro contribuíram para isso. Hoje para mim o Remake é a oportunidade de não só matar a saudade das novelas antigas, mais também de viajar pela dramaturgia, de resgatar as obras que fizeram sucesso, que emocionaram o país por tantos momentos, e também a oportunidade para jovens como eu, e como tantos de vocês leitores, que não eram nascidos nos anos de ouro, que não tiveram a chance de acompanhar as grandes novelas como Roque Santeiro, Tieta, Dancing Days, vale tudo, Cambalacho, Rainha da Sucata, A sucessora, felicidade, Anjo mau, Brega e chique, Saramandaia (essas são as que eu gostaria de ter visto), ou até mesmo as mais antigas, obras da nossa querida Janete Clair, como Selva de Pedra, Irmãos Coragem, sangue e areia, Véu de noiva, Pai herói, o Semi Deus, Fogo sobre Terra, entre outras tantas outras obras das quais só ouvimos falar, o Remake é a chance de conhecermos essas obras primas, de termos acessos ao melhor da teledramaturgia.
Em breve teremos dois remakes na telinha: Gabriela e Guerra dos Sexos, escritos por Walcyr carrasco e Silvio de Abreu respectivamente, lembrando que Silvio de Abreu também é autor da obra original o que torna o remake mais interessante ainda. Estou ansioso para ver, e posso dizer que hoje sou fã dos remakes e gostaria de ver o das obras que eu citei ainda a pouco, principalmente o de Tieta, Roque santeiro e Selva de Pedra, já pensou que maravilha seria. Bom quem tem me acompanhado sabe que o que eu mais quero na vida é ser um novelista, porém acho que eu não seria bom em remakes, talvez em adaptação de livros (tenho uma sinopse, que adaptei de um clássico da literatura brasileira, qual o livro? eu não conto, segredo hehehe), em minha opinião, escrever um remake é uma grande responsabilidade, e querendo ou não, corre o risco de você mesmo comparar sua obra com a outra, e acabar se guiando pela trama original. Bom feliz daqueles que conseguem, e que fazem isso muito bem. Que mais remakes venham nos agraciar e nos permitir a revisitar a teledramaturgia brasileira. Bom, vou ficando por aqui, ufa. Agora que estou vendo, escrevi este post como se eu fosse um especialista em novelas, como aquele Mauro Alencar, (KKK), coitado de mim, não sou nenhum crítico e muito menos especialista, posso ter escrito acima, um monte de absurdos e abobrinhas, mais tudo o que escrevi é a opinião de um noveleiro, telespectador e novelista emergente, algum valor esse post deve de ter, espero eu né? Afinal deve-se dar crédito a gente como nós que somos quem acompanhamos e somos o publico, seja de uma novela, de um filme, teatro ou livro. Agora eu me vou mesmo, abraço e um até logo. Fuuui.
Uma foto de Juliana Paes como Gabriela no remake da novela Homônima.