Pegando o gancho do texto (muito bem escrito), do meu parceiro Raul Senger, sobre as reprises, venho aqui deixar minha opinião. Concordo que Deveria se dar prioridade para grandes historias que ainda não foram reprisadas, mais é claro que se for uma historia muito boa, realmente, vale a pena sim ver duas, três, quatro, quantas for preciso. Exemplo: Roque Santeiro, Tieta, Senhora do destino, Laços de Família e etc.
Bom, uma das novelas que eu adoraria rever, é Celebridade, grande sucesso de Gilberto Braga, dirigida por Denis Carvalho (e parceira boa essa em), e protagonizada por Malu Mader, tendo como antagonista, Claudia Abreu, (a maravilhosa, periguete, celebridade emergente, e a eterna "cachorra"). Bom, mais eu sei que dificilmente essa brilhante historia será reprisada, porque ela é ruim? Claro que não, e há de quem dizer que é. Ela simplesmente não será reprisada por causa do Ministério Publico que faz questão de manter uma certa Censura, nos dias atuais. Se tem uma coisa que eu não gosto é essa "frescuraiada" de proibido para menores de tantos anos, e blá blá blá. Esse negocio, só veio para cortar as asas do autor. O autor perde a liberdade de falar certos assuntos, de usar um diálogo, mais interessante, mais envolvente, uma cena mais quente, enfim faz com que a novela seja muito limitada, sendo que o autor poderia sim ir muito mais longe, e a novela poderia sim ser ainda mais sucesso. celebridade, tinha cenas de violência,e cenas de sexo, sem falar nos apelidos dado pelo casal de vilões "miche, cachorra". É sem duvida o MP não deixaria celebridade ser reprisada, o que é uma pena, porque para mim, criança vê coisa pior na internet. Hoje em dia criança de 5 anos já fuça em tudo que é site (até parece que não entra, em sites pornográficos, não ve violência,). Enfim para mim o autor deveria ter sim o direito de escrever como quiser. Mais vamos deixar o momento "indignação e revolta" pra lá, se não quem vai me censurar são vocês leitores, e isso eu não quero de jeito nenhum. Então vamos direto ao ponto.
Celebridade, é uma historia que deixou saudades, e quem gosta de novelas, sem duvida nenhuma adorou assistir. Talvez foi o ultimo grande trabalho de Gilberto Braga. Já que Paraíso tropical e Insensato Coração deixou um pouco a desejar (apesar de eu ter adorado a primeira, com a personagem de "catiguria" Bebel). Grandes reviravoltas, uma vilã grandiosa que foi um máximo, segredos, mistérios, humor, enfim uma trama envolvente, que nos presenteou, com uma das melhores cenas, da teledramaturgia brasileira. A surra que Maria Clara deu em Laura, foi espetacular. A laura mereceu. Tenho certeza que todo mundo adorou aquela cena ( Ver a laura perder um dente é impagável). me lembro que quando assisti, meu coração parecia que ia sair pela boca. E a sequencia que se seguiu, o atropelamento de Laura, nossa brilhante. Bom já que não temos a reprise de Celebridade, e não podemos rever essa cena no vale a pena ver de novo, vamos vê-la aqui, com o vídeo, e de brinde, o texto escrito. deliciem-se.
Momento vale a pena ver de novo.
Vídeo:
Texto:
Porta do banheiro feminino, no hall à parte do movimento. Laura entra. Clara chega, espera, na expectativa. Convidada figurante sai do banheiro, em seguida sai Silvana, dá a Maria Clara a chave do banheiro, bem cúmplice:
Silvana — Não tem mais ninguém lá dentro, só a moça, é ela mesma!
Maria Clara — (entra) Não deixa ninguém entrar!
Corta rápido para:
CENA 20. espaço fama. banheiro feminino. Int. Noite.
Laura, retocando a maquiagem, vê pelo espelho Clara entrar. Nem se abala, continua a se maquiar.
Laura — Taí, esse seu lado masoquista me surpreendeu. Eu jurava que você ia passar essa noite no sofá, vendo um filme sozinha. Vídeo, né? porque na televisão eu devo aparecer.
Clara não responde. Calmamente tranca a porta e guarda a chave no bolso.
Laura — (ri) E ainda quer ficar trancada comigo no banheiro! É outro lado seu que eu não conhecia. (T) Você não me atrai, sabia?
Maria Clara — Eu não estaria rindo, no seu lugar.
Laura — (ri mais) Você nunca estaria no meu lugar! Essa é a diferença, eu tirei o seu lugar, mas você não pode tirar o meu. Paciência, né, Maria Clara? tem que entubar. (T) Quer ver meu troféu? Depois te mostro, tá lá na minha mesa. Só não pode encostar o dedo que marca.
Maria Clara — Na verdade eu achei que um troféu foi pouco, Laura, você não foi premiada o suficiente.
Laura — Cinismo não combina com você...
Maria Clara — (ignora) E foi por isso que eu vim, pra mostrar pessoalmente minha admiração. E não é só pelo incentivo à cultura não, você tem tantos outros feitos admiráveis na vida... mas vamos começar pelo roubo da minha idéia, que foi o que te trouxe aqui essa noite... tá aqui meu prêmio pra você!
De surpresa, Maria Clara dá um tapão na cara de Laura, que vai parar no outro lado do banheiro, chocada. (Não é preciso frisar, mas na queda Laura vai bater com a boca em algum lugar que vai fazê-la perder um dos dentes da frente, isso só se vai registrar depois.)
Laura — Que que é isso, sua.../
Maria Clara — (em cima, imobilizando Laura e dando muito em sua cara) E pelo momento do melhor teatro que foi sua armação pra tirar o Claudionor da empresa, mais um prêmio pra Laura Prudente da Costa!
Mais uma bolacha na cara; esta, ainda mais forte. Corta para:
CENA 21. espaço fama. Interior. noite.
No hall dos banheiros, à parte do movimento, Silvana do lado de fora da porta do banheiro feminino. Uma figurante se aproxima para entrar, Silvana barra. Colocou cavalete de impedimento: em manutenção.
Silvana — (sorri) Desculpa, mas esse banheiro tá em manutenção. A senhora pode usar o do outro lado do salão. Obrigada.
Corta rápido para:
CENA 22. espaço fama. banheiro feminino. Int. Noite.
Laura levando muitos tapas na cara, imobilizada por Maria Clara que bate com vontade. Maria Clara mal ouve o que ela diz, empenhada em dar um tapa atrás do outro.
Maria Clara — Por ter feito o Ernesto afundar minha empresa... (tapão)
Laura — (berra) Pára com isso! Alguém vem aqui por favor, essa mulher tá louca!
Maria Clara — (em cima) Por ter posto o Hugo desmaiado lá em casa... (outro tapa) Ah, lembrei! É um detalhezinho, mas me chateia tanto! Essa é por ter encostado essas patas na chave da minha casa pra tirar uma cópia... (desce a mão de novo)
Laura por um instante zonza, surpresa com as informações que a outra tem, mas não passa recibo.
Maria Clara — Que que é, achou que eu não ia descobrir? Você é burra, faz serviço porco, qualquer um descobre! (tapa)
Laura — (consegue segurar a mão dela) Você quer brigar? Quer brigar mesmo? Me solta que eu te arrebento, sua vaca!
Maria Clara — (cresce, com mais raiva, cega) Você me arrebenta? Você não é nada! (domina de novo, bate mais) Você é uma vagabunda ordinária, uma micheteira barata, ratazana de esgoto...
Maria Clara cada vez mais possessa continua batendo muito, Laura tenta se proteger e não consegue.
Maria Clara — Você merecia muito mais, toma!
Laura — (grita) Socorro! Alguém me ajuda... ela vai me matar, socorro!
Maria Clara — Vou matar! Vou matar mesmo!
Clara continua batendo, só vai parar quando estiver exausta e Laura totalmente inerte.
Maria Clara — Você quis acabar comigo, quis que eu chegasse no fundo do abismo... mas ao menos essa satisfação eu tô tendo, toma!
Laura — Pára... pára...
Maria Clara — Não fala comigo! Toma! Tá proibida de falar comigo! Toma aqui, ó, mais!
Maria Clara bate muito mesmo (porque Laura terá que ir para o hospital depois), mais uns instantes na surra. (É claro que tanto as marcações quanto as falas podem ser adaptadas a critério da direção e das atrizes.) A CAM pára de enquadrar o rosto de Laura; mostra apenas Clara batendo e os braços de Laura estendidos, tentando fracamente segurar Clara. Ela não consegue e seus braços finalmente caem no chão, totalmente sem forças. Clara exausta, ofegante, vazia, vê que terminou. CAM mostra Laura, inerte no chão. Começa pelos pés, um pé calçado, o outro descalço; sobe pelas pernas, cheias de hematomas e cortes. O vestido totalmente rasgado revelando as costas arranhadas, sangrando. Chega finalmente ao rosto, bem ferido, lábios cortados, sangue no nariz, um olho muito inchado. Maria Clara a olha, de pé.
Maria Clara — Agora sim você tá parecendo o que é de verdade. Um monstro.
Clara vai até a pia, molha o rosto, seca, depois respira fundo e começa a retocar a maquiagem. Aos poucos vai ficando calma, porque deve sair do banheiro calma e linda.
Maria Clara — Não pensa que isso acabou, não. De hoje em diante, Laura, eu vou dedicar cada minuto da minha vida a destruir você. (penteia os cabelos e caminha para a porta) Vou abrir agora, você quer sair?
Clara sai. Quando fica sozinha, Laura, com muito esforço, consegue pegar o celular na bolsa e teclar.
Laura — (com dificuldade) Marcos... me ajuda... me ajuda...
Corta para:
Show de Bola
Uma cena antológica na teledramaturgia!!!
ResponderExcluirParabéns pelo texto e por trazer o roteiro!!!
Já que vc gosta de Fina Estampa! Tem um texto bem legal no Cabide! Veja lá e comente!
www.ocabidefala.com
Celebridade é para mim a 2° melhor novela! Só perde para Avenida Brasil! Abçs e me procura no twitter o meu é @FaloTV
ResponderExcluir